sábado, 15 de abril de 2017

A lenda de Hiram

Segundo a tradição Maçônica, escrita na Lenda de Hiram, é contado que este sábio ancião dividiu o enorme grupo de construtores do grande Templo de Salomão em três: Aprendizes, Companheiros e Mestres. Pois lhe foi confiado o cargo de Arquiteto do Templo de Salomão.

Conta a lenda que para cada grupo, Hiram ensinou maneiras de se fazer conhecer entre si através de linguagens, símbolos e gestos próprios. Também, Hiram construiu e ergueu no Templo duas colunas de bronze, ocas. Determinou que os Aprendizes recebessem seu salário na primeira coluna, os Companheiros na segunda coluna e finalmente, os mestres, “na câmera do meio”.

Uma das colunas se chama Joab (Jachin) é a coluna da direita, ela é coroada com o símbolo do sol, porque é semelhante ao amanhecer. O sol simboliza a luz da revelação, a verdade, um novo estado como o nascer de um novo dia.


A outra coluna se chama Boaz e é a coluna da esquerda. Sobre ela paira o símbolo da lua, porque representa o oculto, o desconhecido, a sombra e o lado oposto de toda criatura e criação. Mas entre as duas está o “espaço do meio” ou a “câmara do meio”. É o lugar dos mestres que necessariamente conheceram os dois lados anteriores. E o que você pensa sobre o que a tradição tenta nos ensinar com esta disposição? Tudo o que foi dito até então é rico em conhecimento suficiente para sua reflexão e meditação, quem quer aprender, precisa aprender a pensar e por isto escrevemos e fomentamos suas conclusões.

O que não impede de colocar a nossa! Certamente que é percebido que neste plano onde encarnamos os opostos existem para ser equalizados, harmonizados. A perfeição é o meio entre dois extremos, a condição do sábio é fruto de desta harmonização representados pelo Sol e pela Lua. Ou seja, pela luz e pela sombra. Tudo, absolutamente tudo, nesta vida carrega em si um conhecimento intrínseco que deve ser compreendido pelo espírito que experimenta, vivencia e sofre o evento de viver!

A “câmara do meio” é o mesmo que o “caminho do meio” do Buda. Na essência do cristianismo vemos este caminho sendo exercido pelo Cristo, quando absolve a prostituta e condena o sacerdote, indo no contrassenso social, mas demonstrando uma sabedoria superior, pondo luz sobre o que é realmente certo e errado. O lugar do mestre é consequência, não causa, ou seja, não há um curso objetivo de mestres, mas todo iniciado caminha para a maestria na medida que vivencia as forças antagônicas da vida. A câmara do meio é fruto dos acertos felizes – a luz, o Sol - e também dos erros terríveis e das quedas dolorosas – as trevas, a Lua. É o constante conflito entre estas forças opostas que permeia a vida humana e que a lapida, tal qual uma pedra bruta sendo trabalhada pelo ourives, neste caso, a própria vida.

Creio então que este artigo pode nos ajudar a compreender o quão importante é fugir das posições extremistas, sempre buscar conciliar e compreender as partes opostas de todas as questões em nossa vida, não rotular não minimizar ou maximizar as situações, mas buscar vê-las como são.

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