sábado, 26 de maio de 2012

6 mistérios não resolvidos pela ciência


O manuscrito Voynich

O livro recebeu esse nome em homenagem ao colecionador de livros raros Wilfrid M. Voynich, que o descobriu no ano de 1912, em Roma. De origem desconhecida, o manuscrito é envolto em mistérios: não se sabe quem o escreveu e muito menos o conteúdo dos seus textos, jamais decifrados. Sabe-se apenas que foi escrito em algum lugar da Europa Central, entre os séculos 15 e 16.

O manuscrito é dividido em capítulos e as suas ilustrações dão a entender que o conteúdo é científico. O primeiro parece ser sobre botânica, com desenhos de espécies que nunca foram identificadas. A biologia também é abordada de maneira esquisita. As ilustrações do capítulo mostram mulheres nuas, com o abdômen inchado (grávidas?), imersas em líquido e conectadas através de tubos. (Os dois exemplos são retratados na imagem ao lado)

Bom, a história do livro e suas características bizarras renderam a ele o título de “manuscrito mais misterioso do planeta”. Há quem diga que o livro foi escrito pelo próprio Voynich, que pretendia mesmo era ganhar muito dinheiro com a sua venda. A verdade por trás do mistério, contudo, dificilmente será encontrada.

O manuscrito Voynich hoje pode ser encontrado na biblioteca Beinecke Rare Book and Manucript, da Universidade de Yale, Estados Unidos.

O mapa de Piri Reis

O mapa de Piri Reis foi descoberto em 1929, enquanto o governo turco preparava a transformação do Palácio Topkapi, residência principal dos sultões do Império Otomano, em um museu. Foi desenhado no ano de 1513, em pele de gazela, pelo Almirante Piri Reis.

O documento detalha, com precisão bem avançada para a época, as Américas, o Oceano Atlântico, a Península Ibérica, a costa oeste da África e também a Antártica. Tudo com base em mapas diversos, inclusive da época de Alexandre, o Grande.

E é exatamente a sua precisão que traz à tona alguns mistérios acerca da origem das informações. Um deles é como Piri Reis poderia saber sobre a Antártica muito antes da sua descoberta pelo capitão James Cook.

Existem milhares de teorias. Para os mais céticos, por exemplo, Piri Reis usou mapas de navegadores chineses que poderiam ter chegado ao continente anos antes. Há também quem acredite que Reis encontrou a informação em mapas de alguma civilização desconhecida.

Bom, como nenhuma das teoria é conclusiva, o mistério acerca do mapa desenhado por Piri Reis permanece.

O Santo Sudário

Nenhuma galeria sobre mistérios da ciência estaria completa sem a inclusão do Santo Sudário. A peça é um manto de linho que mostra a imagem de um homem que parece ter sofrido ferimentos similares aos causados por uma crucificação. Reza a lenda cristã que tal homem é, ninguém mais, ninguém menos que Jesus Cristo.

Em 1988,contudo, cientistas em três laboratórios diferentes realizaram testes de datação de carbono, e os resultados foram desanimadores. A conclusão chegada por eles foi que o manto não passava de uma farsa produzida entre 1260 e 1390. Ponto final? Não. O manto voltou a ser assunto há alguns meses com o lançamento de um livro que coloca em xeque as teorias que refutam sua legitimidade.

Seu autor é um respeitado, e agnóstico, historiador, Thomas de Wesselow. No livro, ele relata novas evidências que apontam que a história do Santo Sudário pode ser real. Ou seja, sua origem volta a ser um mistério.

O manto está há mais de 400 anos guardado na Capela de Turim, na Itália, e raramente é visto pelo público. Sua última aparição foi em 2010, quando ficou exposto por seis semanas e recebeu mais de dois milhões de visitas.

O Disco de Festos

O curioso disco de cerâmica foi encontrado na ilha de Creta, Grécia, e é mais um achado arqueológico parte da categoria de “objetos jamais decifrados”. É possível que tenha sido produzido durante a Era do Bronze, pela civilização minoica, que habitou o local entre os séculos XXX e XV A.C.

Segundo informações da Universidade de Nevada, Estados Unidos, tal civilização desenvolveu vários sistemas de escrita e pictografia, todas já decifradas. Exceto os sinais registrados neste disco, que até hoje permanecem um mistério.

O disco foi descoberto em 1908, pelo arqueólogo italiano Luigi Pernier. É o único artefato arqueológico encontrado na ilha que conta com tais escritos. Sua origem é datada de 1700 A.C., quando outro tipo de escrita minoica era comum. Tais fatos trazem ainda mais dúvidas acerca do seu conteúdo, significado e, como não poderia deixar de ser, sua legitimidade.

O sinal “WOW!”  

O ano de 1977 poderia ter entrado para história como o ano no qual a humanidade finalmente ficou sabendo se está sozinha no universo ou não. Foi quando o telescópio “Big Ear”, da Universidade de Ohio, captou um sinal que durou apenas 72 segundos e foi originado na Constelação de Sagitário.

O sinal teria passado despercebido, não fosse o Dr. Jerry Ehman, que trabalhava no projeto. Ao analisar a papelada do computador dias depois, ele encontrou uma estranha alteração, ilustrada na imagem ao lado.

Para entendê-la: os números menores significam ruídos baixos, típicos de um sinal convencional. Porém, enquanto o telescópio vasculhava o espaço, encontrou alguma coisa muito estranha e que fez com que o computador gerasse números maiores e até letras (6EQUJ5). Mais curioso ainda é o fato de ter chegado até a letra “U”. A vogal equivale a um ruído trinta vezes mais forte que o normal. Surpreso, Dr. Ehman marcou a sequência com a expressão “Wow!”.

Anos se passaram e com eles inúmeras tentativas de busca pelo sinal foram em vão. O fato de ele nunca mais ter sido detectado é considerado por muitos como prova de que tudo não passou de uma interferência de um satélite, por exemplo. Até mesmo o Dr. Ehman tentou encontrar outras justificativas para o ocorrido. Mas, nada ficou comprovado e até hoje não se sabe o que causou o “Wow!”.

Kryptos

A escultura Kryptos foi feita pelo artista Jim Sanborn e está localizada em frente ao prédio da CIA em Langley, Virginia (EUA). A peça suscita muito debate entre decodificadores, profissionais e amadores. Isso porque contém 4 mensagens criptografadas, das quais três já foram decifradas. A última, porém, permanece desconhecida.

Sabe-se apenas que um conjunto de letras significa “Berlin”, mas a dica foi dada pelo próprio artista. Para elaborar o sistema de códigos, um dos mais famosos entre os não decifrados, Sanborn trabalhou diretamente com um ex-funcionário da CIA, justamente o chefe da divisão de criptografia da agência.

Entre as passagens conhecidas, existe uma que diz o seguinte: “Quem sabe a localização exata? Apenas WW ”. “WW”, no caso, era William Webster, diretor da CIA na época. No dia da inauguração da escultura, Sanborn teria dado a ele um envelope contendo a mensagem. Tempos depois, entretanto, o ex-diretor revelou que as informações estavam incompletas.

O mistério acerca da mensagem real contida entre os códigos permanece. Mas não existe motivo para pânico. Sanborn, hoje com 67 anos, já disse que caso morra antes que alguém decifre a mensagem, uma pessoa, designada por ele, terá a resposta.

Fonte: Info

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Empresário fotografa suposto OVNI nos céus de MT durante navegação

 Fotografia original feita pelo empresário durante travessia

 Imagem ampliada do possível objeto voador

Uma fotografia feita pelo empresário  Emival Freitas, promete dar o que falar. Numa viagem pelo Rio Tapirapé, entre as cidades de Porto Alegre do Norte e Santa Terezinha, na região do Vale do Araguaia,  ele flagrou um objeto em forma de cone pairando pelos  céus. Emival é morador há mais de 18 anos do município de Porto Alegre do Norte e nega qualquer alteração ou fraude na imagem.
Ele diz que no momento da foto não havia notado o objeto, e que só depois que descarregou a câmera notou a presença do suposto Objeto Voador Não-Identificado.  
A imagem tem semelhanças com um disco voador e pode ser um dos muitos casos de avistamentos que talvez jamais seja comprovado, ou na hipótese mais provável apenas um aberração gerada pelo vôo de um pássaro ou balão.
Profissionais de imprensa que tiveram acesso a imagem dizem que a imagem é autêntica. A linha de sombra é a mesma do ambiente e a foto conserva todas as propriedades originais. “Acho que a imagem é 100% verdadeira, hoje é muito fácil alterar mas isso não aconteceu aqui” –  disse Gustavo Fortes, diretor do site Olhar21.
 Ele também testemunhou que conhece Emival. “Sei que ele fala a verdade. O que temos que levar em consideração é que pode ser uma borboleta ou ave que no momento sobrevoou rápido e criou o efeito” – frisou.

A experiência da escritora Rachel de Queiroz com Ovnis



Fato, que completa 52 anos, ganhou relato nas páginas da revista Cruzeiro e, até hoje, é tema de discussões.
 
Há exatos 52 anos, a escritora cearense Rachel de Queiroz passou por uma experiência única, ao presenciar a aparição de um objeto voador não identificado (Ovni). 
A visão de uma enorme bola laranja luminosa a impressionou tanto que gerou um depoimento, publicado no mês seguinte na revista O Cruzeiro, da qual era colunista regular.
"O texto teve uma repercussão muito grande na época, ajudou a ufologia a conquistar mais credibilidade e atraiu um outro foco da mídia, menos sensacionalista e mais investigativo", conta Hálder Gomes, um dos produtores de "Área Q". O filme, com direção de Gerson Sanginitto, cita em uma de suas cenas as palavras de Rachel, falecida em 2003.
 No começo do texto, publicado em 4 de junho de 1960, Rachel adverte o leitor que não fará "uma crônica como as de todo dia". Na última página da revista, "Objeto Voador Não Identificado" era um depoimento sobre um fato acontecido em sua conhecida fazenda "Não me Deixes", no distrito de Daniel de Queiroz, em Quixadá.

Crédito: Editoria de arte sobre foto de José Almeida/Revista UFO
Em 13 de maio daquele ano, um grito irrompeu a noite escura do sertão cearense. Era o marido da escritora. Ao lado de alguns homens da fazenda, ele olhava para o céu, onde "a umas duas braças acima da linha do horizonte, uma luz brilhava como uma estrela grande, talvez um pouco menos clara do Vésper, e a sua luz era alaranjada".
Rachel de Queiroz descreve o objeto, com suas variações de tamanho e de intensidade luminosa, assim como o caminho que perfaz no céu. Narra seu deslocamento sempre na horizontal, alternando uma incrível velocidade a um movimento mais devagar, até o brusco sumiço, "assim como quem apaga um comutador elétrico".
Embora relute em dizer que se tratava de uma nave espacial alienígena - prefere defini-la pela "expressão já cautelosamente oficializada: objeto voador não identificado", a autora se mostra convicta de que não seria coisa da natureza nem avião. "Não, dentro daquilo, animando aquilo, havia uma coisa viva, consciente", completa.
O relato de Rachel de Queiroz, bastante conhecido entre os ufólogos, circulando até hoje em fóruns e revistas especializadas, é semelhante a outros casos narrados em Quixadá no período. O texto deu mais visibilidade ao município, que junto com Quixeramobim, Quixelô, Quixeré e Quiterianópolis formam a chamada "Área Q" - todas elas com relatos de aparições de Ovnis.
A presença do objeto no céu de Quixadá teria durado cerca de 15 minutos e, segundo a escritora, teria causado muita comoção na cidade. 
Apesar de estimar centenas de testemunhas, são nominalmente identificadas, além dela mesma e seu marido, apenas sua tia Arcelina, com quem conversava naquela noite.
Ainda que não sejam poucas as especulações sobre a veracidade do relato, a coerência e a convicção da escritora, assim como a ocorrência de casos semelhantes na região, leva a maioria dos ufólogos a considerar o testemunho como relevante. Além disso, como frisa Hálder Gomes, há a credibilidade da própria escritora.
Rachel de Queiroz foi a primeira personalidade brasileira a admitir publicamente uma experiência do gênero, quando falar de ufologia ainda era tabu. Conceituada, cética e assumidamente atéia, ela ajudou a lançar um novo olhar sobre Ovnis - que até então era bastante vinculado ao ocultismo.
Depois dela, outras personalidades assumiram que já haviam visto Ovnis. Algumas com credibilidade, outras com menos, mas todas aparentemente convictas. 
A lista inclui da "Tiazinha" Suzana Alves ao ator Tarcísio Meira, passando pelo apresentador Amaury Jr., o cantor Sérgio Reis e o desenhista Maurício de Sousa.
Até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teria passado pela experiência de ver um Ovni, ao lado da esposa Ruth Cardoso. 
Quem contou o caso, em várias entrevistas, foi o economista Celso Furtado, que estaria com o casal no momento. O caso teria acontecido em 1979, justamente durante uma viagem ao Ceará.
O depoimento da escritora publicado em "O Cruzeiro"

Testemunhas afirmam ter visto jatos militares perseguindo um OVNI na Costa do Sol, Espanha



Testemunhas, moradores da Costa do Sol na Espanha, se manifestaram para reportar que uma série de jatos militares, sobrevoaram aquela região à baixa altitude, em perseguição a um OVNI no dia 15 de abril de 2012. A mesma situação teria ocorrido apenas três dias antes em Somerset, na Inglaterra.
Os moradores de Benahavis e Estepona — onde os três jatos militares sobrevoaram às 5hoomin no domingo de Páscoa– acreditam que as aeronaves poderiam estar no encalço de uma ‘nave alienígena’.

Apesar das autoridades terem se recusado a comentar sobre o incidente, o jornal The Olive Press foi inundado com chamadas telefônicas e e-mails de moradores preocupados.

Uma leitora britânica, que pediu anonimato, disse ao jornal que “foi assustador. Eles estavam claramente perseguindo uma aeronave de aparência estranha. Eu não posso descrever o que era, mas era longo e fino e tinha luzes piscantes. Definitivamente, não era um avião ou helicóptero. Emitia um som muito estranho e se movia lentamente antes de desaparecer em alta velocidade“.

Sua vizinha, Alison Woods, que é casada com um ex-engenheiro da RAF, disse: “Era um zumbido assustador; nada que eu já tenha testemunhado antes. Já moramos em várias bases da RAF nos Reino Unido e no exterior. Este foi o som mais bizarro, não fácil de explicar“.

Uma outra testemunha revelou que quando relatou os estranhos acontecimentos à polícia, eles agiram de forma “suspeita“.

O incidente ocorreu somente dias após um outro estranho ocorrido em Bath, no Reino Unido, onde os moradores locais viram uma aeronave de formato delgado ser perseguida por jatos militares.

Fonte: Ovni Hoje

Ex-presidente dos EUA teve três encontros com extraterrestres, diz ex-assessor

O ex-presidente norte-americano Dwight D. Eisenhower

O ex-presidente norte-americano Dwight D. Eisenhower teve encontros secretos com extraterrestres, segundo informou um dos ex-assessores do político americano, Timothy Good.
Segundo ele, o ex-presidente teria se encontrado três vezes com seres de outro planeta, na base aérea do Novo México, em 1954, na presença de agentes do FBI. O encontro teria sido marcado por meio do envio de mensagens telepáticas, como informa o jornal britânico "Daily Mail".
Timothy Good é ex-congressista e um dos consultores do Pentágono. Ele fez a revelação ao apresentador da BBC2, Frank Skinner, no programa Opinionated. No ar, ele deixou claro que autoridades em todo o mundo mantêm contato regular com extraterrestres há décadas.
"Aliens têm feito contato formal e informal com os humanos em todo o mundo e em todas as esferas da vida", completou ele.

Dwight D. Eisenhower teria encontrado os extra-terrestres na base da Força Aérea Holloman, no Novo México

Eisenhower foi presidente dos EUA de 1953 a 1961 e era conhecido pela forte crença na vida em outros planetas e era um grande interessadao em desenvolver o programa espacial dos EUA.
Para encobrir os encontros na época, o governo informou que o ex-presidente estava em uma viagem de férias em Palm Springs, na Califórnia.
Segundo Good, o ex-presidente se encontrou com aliens de aparência nórdica e depois com outros que diziam pertencer ao grupo chamado "Alien Greys".
"Nós sabemos que 90% dos registros de OVNIs podem ser explicados de modo convencional. No entanto, eu diria que milhões de pessoas em todo o mundo já viram, realmente, uma coisa real", diz Good.


Fonte: UOL

Arqueólogos encontram primeira prova da existência da Belém bíblica

Arqueólogos israelenses acharam em Jerusalém um selo de argila com a inscrição "Bat Lechem", que supõe a primeira evidência arqueológica da existência de Belém durante o período em que aparece descrito na Bíblia, informou na quarta-feira a Autoridade de Antiguidades de Israel. 
Trata-se de uma espécie de esfera de argila que se usava para carimbar documentos e objetos, que foi encontrado nas polêmicas escavações do "Projeto Cidade de David", situado no povoado palestino de Silwán, no território ocupado de Jerusalém Oriental. 
Datada entre os séculos VII e VIII a.C, a peça é meio milênio posterior às Cartas de Amarna, uma correspondência diplomática em língua acádia sobre tabuletas de argila entre a Administração do Egito faraônico e os grandes reinos da época e seus vassalos na zona. 
O descobrimento anunciado nesta quarta remete a uma época posterior, a do Primeiro Templo Judeu (1006 - 586 a.C.), citada no Antigo Testamento como parte do reino da Judéia. 
"É a primeira vez que o nome de Belém aparece fora da Bíblia em uma inscrição do período do Primeiro Templo, o que prova que Belém era uma cidade no reino da Judéia e possivelmente também em períodos anteriores", assinalou o responsável das escavações, Eli Shukron, em comunicado. 
"A peça é do grupo dos 'fiscais', ou seja, uma espécie de selo administrativo que era usado para carimbar cargas de impostos que se enviavam ao sistema fiscal do reino da Judéia no final dos séculos VII e VIII a.C", acrescenta a especialista. 
Fonte: Terra

Ele está entre nós!



É o que garantem um guarda de trânsito, um agente secreto que se veste de mulher, um assassino... Conheça a incrível coleção de pessoas que dizem ser a verdadeira reencarnação de Jesus Cristo.

Sergei não nasceu de mãe virgem nem ganhou presente dos 3 reis magos. Álvaro ainda não aprendeu a multiplicar pães e faltou às aulas de transformação de água em vinho. José Luis não andou sobre as águas e Jim não morreu na cruz. 
Mas isso não quer dizer que não façam milagres. Alguns até ganham certa fama por isso: fiéis com câncer alegam que foram curados por eles. Já outros, como Marshall, lideram suicídios coletivos. 

A maioria serve como conselheiro, com críticas à sociedade e à Igreja, e profetiza sobre o fim do mundo. Todos dizem que, em algum momento da vida, receberam um aviso e missão divinos. Em comum, uma convicção: eles são Jesus Cristo.

São dezenas de pessoas. Há exemplos de praticamente todas as etnias e continentes. Para alguns deles, encarnar o filho de Deus que se sacrificou pelos homens não basta. Suas vidas passadas incluem figuras tão distintas quanto Confúcio e a rainha Elizabeth 1ª da Inglaterra. 
O japonês Shoko Asahara, mentor do ataque ao metrô de Tóquio que matou 12 pessoas em 1995, diz ser Jesus, Buda e Shiva. Como ele, outros líderes com forte apelo a profecias apocalípticas e críticas à sociedade fundaram seitas que se revelaram perigosas.

Mas é muito Cristo para pouca profecia. Segundo a Bíblia, o Messias foi um só e apenas ele carrega a verdadeira mensagem divina de salvação. Segundo o Apocalipse de são João, Jesus voltará à Terra para o confronto final com o diabo. É Cristo quem vai conduzir os fiéis ao paraíso. 
"Há divergências na interpretação das escrituras, mas, no geral, a crença é que os infiéis vão para o inferno com o fim do mundo", diz o professor Edson Martins, doutor em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo.

No texto religioso, o Juízo Final é antecedido por uma série de catástrofes, que incluem chuva de fogo e o ataque de monstros sobrenaturais. "A incoerência é essa. O Cristo vem e traz o fim do mundo. Mas quem se diz Jesus já está aqui e o mundo ainda não acabou!", afirma Rodrigo Franklin, coordenador de graduação da Escola Superior de Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Crise e fé 
Apesar de incoerências como essas, o fenômeno se repete com maior ou menor intensidade nos últimos séculos. Em geral, crises econômicas influenciam na aparição e devoção a esses messias.
"Vivemos ondas periódicas, de 10 a 15 anos, quando esses fenômenos aparecem com mais frequência. Nos momentos de ruptura e crise, o imaginário coletivo cria essas crenças sobre o fim do mundo.
E esses movimentos devem voltar a surgir, por causa de 2012", diz Franklin. Alguns (maus) intérpretes do calendário maia, ajudados por Hollywood, se encarregaram de disseminar a data.

Nos movimentos messiânicos tradicionais, como era o de Antônio Conselheiro em Canudos, o líder prevê a chegada do messias, mas não se intitula como o próprio. 
"Suponho que as pessoas que acreditam ser Jesus seriam, no melhor caso, automessiânicas", afirma o historiador de religiões Robert Ellwood, membro da Sociedade Teofísica na América.
 Ainda quem não diga que seja pode levar a fama. Hailé Selassié 1º, patrono do movimento rastafári, não se rotulava como messias, mas seus seguidores ainda o anunciam como um novo Jesus Cristo.

O que leva um guarda de trânsito na Sibéria, um ex-agente do serviço secreto britânico ou um garçom brasileiro a dizer "Eu Sou Jesus"? Eles são doidos? Psicólogos concordam que esses Cristos poderiam ser diagnosticados com distúrbios de personalidade ou esquizofrenia.
Mas só análises específicas poderiam responder à pergunta. No caso do Jesus brasileiro, o psicólogo Henri Cosí, autor de Inri Cristo: Louco, Farsante ou Messias?, aplicou testes para investigar qualquer indício de doença mental. Tanto Inri quanto seus discípulos apresentaram completa sanidade.

Conheça os novos Cristos mais inusitados da nossa época.

POLIGÂMICO - VISSARION (SIBÉRIA, RÚSSIA)




No centro da Sibéria, Sergei Torop desbravou o inverno russo como Vissarion. Por 1 ano, difundiu os ensinamentos de seu livro O Último Testamento de Cristo. Arrebatou seguidores e, em 1992, eles instalaram sua terra prometida na vila de Petropavlovka.

Torop era casado e trabalhava como guarda de trânsito. Com a crise após o fim da União Soviética, perdeu o emprego e despertou: era Jesus! Adotou o visual de messias e, aos poucos, os discípulos ergueram a comunidade, que produz a própria comida.

As garotas são educadas para a vida doméstica. "As mulheres foram feitas para seguir o marido", diz uma discípula no documentário Eu Sou Jesus, de Heloísa Sartorato e Valerie Gudenus. 
Vissarion, tratado como "O Professor", orienta as esposas a, eventualmente, aceitar outra mulher na casa. Todo crente doa 10% dos ganhos à igreja... E eles são 10 mil espalhados pelo mundo.

MODERNINHO - DAVID SHAPLER (INGLATERRA)



David Shayler é uma figura atípica entre os pares. A começar pela descoberta da identidade. Foi numa viagem com cogumelos alucinógenos, em 2007. Um espírito apareceu e deu a notícia. Desde então anda com roupas brancas e sem sapatos. E não dispensa um cigarrinho de maconha.

O inglês foi agente do MI5, o serviço secreto britânico. Abandonou o posto quando, segundo ele, a agência coordenava a criação da Al-Qaeda, com o objetivo de matar o líbio Muamar Kadaffi. Denunciou o esquema à mídia e acabou preso.

Mas isso foi antes da revelação. Hoje, Shayler anuncia o fim do mundo para 2012 e critica o estilo de vida da sociedade. Acha que sua missão é mostrar o caminho do amor incondicional. Ele vive com alguns amigos numa comunidade seminômade, ocupando casas vazias em Londres ou no interior da Inglaterra.

O grupo enfrenta problemas judiciais por invadir as casas (e se recusar a pagar pela moradia) e alimenta-se do lixo que recolhe de mercados. Shayler também curte ser mulher. Quando se monta, vira Delores Kane.

Mas alega que isso nada tem a ver com homossexualidade. "É como balancear as coisas [os lados feminino e masculino], como se eu pudesse esquecer que sou David Shayler", diz em Eu Sou Jesus. Ué, mas ele não era Jesus?

JESUS MÚLTIPLO - ERNEST L. NORMAN (CALIFÓRNIA, EUA)




Fundou a Academia de Ciência Unarius, em 1954, junto com a mulher. Dizia que foi Jesus numa vida passada, além dos filósofos Confúcio e Sócrates, entre outras figuras.

Promovia a "compreensão interdimensional da energia: a união entre ciência e espírito". Norman morreu em 1971, mas a Unarius ainda se mantém e oferece terapia de vidas passadas para curar todo tipo de mal.

JESUS RASTAFÁRI - HAILÉ SELASSIÉ 1º (ETIÓPIA E JAMAICA)



Regente e depois imperador da Etiópia (até pouco antes de morrer, em 1975) ele nunca afirmou ser Jesus ou qualquer outro messias.

No entanto, inspirou a criação da religião rastafári e seus discípulos (hoje cerca de 1 milhão de pessoas) o viam como a encarnação de Jah (Deus) ou a reencarnação de Jesus.

BRASILEIRO - INRI CRISTO ("NOVA JERUSALÉM" (BRASÍLIA), BRASIL)




Álvaro Thais obedece a uma voz que escuta desde os 5 anos. Aos 13, a pedido dela, saiu da casa dos pais adotivos em Santa Catarina e foi morar na rua. Viveu de bicos como astrólogo e garçom. Aos 31, jejuou por 4 dias. Foi quando Deus abriu o jogo. Ele era Jesus e deveria mudar o nome para Inri Cristo.

Sua missão era pregar o amor, "ajudar a pessoa a pensar por si mesma sem ser escrava de uma religião".

Em 1982, juntou uma multidão numa praça em Belém e seguiu até uma igreja. Não chutou a santa, mas arrancou o boneco de Jesus da cruz e atirou-o no chão - passou 1 mês preso como desordeiro. Com a fama, Inri viajou dentro e fora do Brasil, ganhou adeptos e financiadores.

Hoje, aos 63, tem agenda cheia e vive numa grande e confortável chácara em Brasília, onde está a sede da Suprema Ordem Universal da Santíssima Trindade. Lá, sexo e carne vermelha são proibidos. As 15 discípulas administram o lugar e gravam músicas de louvor a ele.

Para distrair, um passeio de moto ou uma partida de sinuca. "A diferença entre mim e os falsos profetas é que eles só pensam em lucro por meio de benefícios materiais ou louvores egocêntricos", diz.

JESUS SUICIDA - JIM JONES (JONESTOWN, GUIANA)




O americano tentou a carreira política, sem sucesso. Era adepto da miscigenação racial e do comunismo. Misturando seus ideais, criou a seita Peoples Temple (Templo do Povo).

Com problemas nos EUA, levou a sede para a Guiana. Lá, em 1978, mais de 900 pessoas cometeram suicídio. Ele não ganhou fama como Jesus, mas no fim da seita já admitia ser Cristo reencarnado.

JESUS VENENOSO - SHOKO ASAHARA (TÓQUIO, JAPÃO)





Líder da seita Verdade Suprema, arquitetou o atentado terrorista no metrô de Tóquio, em 1995. Seus seguidores jogaram gás sarin nas estações, atingindo 6 mil pessoas (12 morreram).

O plano era provocar uma guerra e aumentar sua influência no país. Ele dizia ser a reencarnação de Shiva, um deus hindu, Buda e Jesus. Acusado de 13 crimes, foi condenado à forca em 2004.


E.T. - MARSHALL APPLEWHITE (SANTA FÉ, EUA)


O espírito de Cristo voltou à Terra no corpo de Marshall Applewhite. Mas ele precisou ter um ataque cardíaco para se dar conta. Aos 39 anos, recém-divorciado, era professor e tinha talento para a música.

Com o enfarte, numa experiência de quase morte, descobriu as ligações extraterrestres da alma. E concluiu: nosso corpo é só um contêiner para ela. As almas seriam espíritos de outro planeta que desencarnavam aqui, como humanos. Assim aconteceu há 2 mil anos, quando o espírito Do entrou no corpo de Jesus.

E voltou em Applewhite. Ao sair do coma, ele começou a procurar as almas que teriam chegado na nave de Do e se dispersado ao pousar. Ele via seus seguidores na seita Heaven¿s Gate (Portão do Paraíso) como os membros daquela tripulação.

O culto buscava a volta ao planeta original. Dizendo que seus espíritos seriam libertados, Applewhite orientou os discípulos reunidos na cidade de Santa Fé a cometer suicídio para encontrar a nave que os levaria de volta.

Em março de 1997, quando o cometa Halle-Bop se aproximava da Terra, 39 pessoas (o líder entre elas) tomaram uma dose letal de barbitúricos com molho de maçã, pudim e vodca.

ENCARCERADO - MICHEL TRAVESSER (NOVO MÉXICO, EUA)




Wayne Bent, conhecido como Michael Travesser entre seus seguidores, previu o fim do mundo para 31 de outubro de 2007. Obviamente, não acertou.

Sob o suposto comando de Deus, pediu que algumas discípulas tirassem a roupa e as tocou. Sob ordem da Justiça, acabou na prisão. Sua trajetória religiosa começou em 1989, quando convenceu alguns adventistas a abandonar a igreja e segui-lo numa vida sem pecados.

Mas só em 2000 ouviu Deus dizer: "Você é o Messias!" Tempos depois, transou com 2 de suas fiéis por ordem divina. No mesmo ano, os discípulos o acompanharam até uma casa no Novo México. Lá, poderiam sobreviver ao fim do mundo.

No período de reclusão e espera, Travesser era guiado pela voz dos céus. Em rituais de cura, a voz dizia a ele para despir algumas garotas e tocar o corpo delas. Mas elas acreditavam no poder do líder, "sentiam paz".

A calmaria só acabou com a exibição de um documentário sobre a seita. Ao ouvir os relatos sobre nudez, a polícia agiu.

Em 30 de dezembro de 2008, ele foi condenado a 10 anos de prisão por tocar nos seios de uma garota de 16 anos, entre outras acusações. Por ora, vive sua própria via crucis numa cela.

ANTICRISTO - JOSÉ LUIS DE JESUS MIRANDA (MIAMI, EUA)




Nos 710 centros de culto em 25 países, José Luis de Jesus Miranda é chamado de "Papai". Ao fundar a igreja Creciendo en Gracia, há 25 anos, o porto-riquenho virou "Jesus Cristo Homem" e criou um império poderoso.

A vida dele mudou em 1973, quando 2 espíritos avisaram que Deus entraria no seu corpo, assim como teria acontecido com Jesus, há 2 mil anos. Antes, uma voz lhe sugeriu sair de Porto Rico e ir para Miami, onde fundaria o ministério.

Estudando a Bíblia, concluiu que Paulo, e não Pedro, seria o real porta-voz dos ensinamentos cristãos. Um dos seus papéis é corrigir esse erro. Outro deles: Miranda afirma ser o Anticristo - aquele que veio para "desfazer a apostasia que oprime, empobrece e entristece a igreja". Para seus fiéis, o "666" vira tatuagem e tem significado positivo.

Ele jura que o mundo vai acabar em 2012 e só os predestinados serão poupados, possivelmente seus seguidores. "Quem segue a palavra do Papai tem algo de especial", diz a bispa Telma Soares, de um centro paulistano.

Os discípulos pagam o dízimo e fazem ofertas de valor livre. "Mas é como Papai diz... `Se você planta 1 grão de milho vai ter 1 planta, se planta 2, vai ter 2."

Crendices que condenam

Murucututu

A má fama dos bichos é injusta, mas resiste ao tempo.

Lendas sobre aves que dão azar, corujas que anunciam mortes, sapos que fazem bruxarias, morcegos que se transformam em vampiros, às vezes são maneiras poéticas de explicar o comportamento dos bichos.
Mas também podem prejudicá-los e ao equilíbrio ecológico, na medida em que algumas espécies passam a ser desprezadas, temidas, caçadas ou exterminadas em função do preconceito derivado dos mitos e crendices.
"Recebemos vários chamados de pessoas que querem retirar as corujas do telhado, por causa dessas crenças", afirma Ricardo José Garcia Pereira, consultor de aves do Zoológico de São Paulo.
Cobras, sapos e pererecas também são sistematicamente eliminados. O Instituto Butantan coleciona pedidos de resgate, com todo tipo de exagero quanto ao risco de proximidade das pessoas com esses animais.
Entre os invertebrados, então, o medo deflagra verdadeiros massacres de aranhas e escorpiões, para citar apenas dois exemplos.
A convivência de homens e animais é muito estreita, desde tempos imemoriais. Mas a vida em comunidade e, sobretudo, a urbanização moderna interferiram nessa relação.

"Os bichos começaram a perder a sua posição e se tornaram vítimas da manipulação humana e da superstição", diz Maria do Rosário Tavares de Lima, folclorista.

As águias e os gaviões, por exemplo, são símbolos de poder, quase sempre tão odiados e temidos quanto os mais cruéis imperadores. Seu olhar, majestoso e severo, em muitos casos é interpretado como maléfico.

As corujas são tidas como agourentas, embora na mitologia greco-romana estejam associadas à deusa Minerva ou Atena, simbolizando a sabedoria e o dom da clarividência.

Na Europa, as corujas eram vistas como bruxas e, para espantar o mal que supostamente pudessem causar, eram amarradas em árvores, pelos pés, e assim abandonadas para morrer.

No norte do Brasil, para alguns, elas representam sorte. Para outros, trata-se de almas humanas castigadas pelo mal que fizeram, condenadas a vagar pelas florestas na forma animal, sem que ninguém ouse delas se aproximar ou cruzar seu caminho, caso do murucututu (Pulsatrix perspicillata).
Dentre as 19 espécies de corujas brasileiras, uma das mais conhecidas é a suindara ou rasga-mortalha (Tyto alba). Segundo Luís da Câmara Cascudo, a crença popular é a de que, ao voar sobre uma casa ou pousar em seu telhado, ela anuncia a morte de alguém que vive ali.


Suindara


O nome rasga-mortalha deve-se ao seu grito característico. O vôo é silencioso. As corujas amedrontam pelos seus gritos e olhares fixos. Mas quem pensa que ela faz isso para assustar, se engana.

"O grito da suindara, que é dos mais assustadores, tem um motivo: avisar o companheiro para proteger os ninhos e espantar os intrusos", relata Garcia Pereira, do Zôo de São Paulo.

Outro mito é o de sua visão aguçada. As corujas noturnas caçam à noite e têm sensibilidade à luz, mas não enxergam bem: durante as caçadas orientam-se pela audição, essa sim, apuradíssima.

"Elas possuem olhos grandes, como lunetas com um osso ao meio. Isso dificulta a visão periférica. Para compensar, ela gira a cabeça em aproximadamente 270 graus", explica o especialista.

E quem quer se livrar delas é bom pensar duas vezes nas conseqüências. "Elas são ratoeiras sobre asas", acrescenta Garcia Pereira.

"Consomem em média 3 a 4 camundongos por dia, um grande favor que prestam nos centros urbanos e nas áreas agrícolas".
A fama de agourentos também acompanha os urubus, cuja presença se acredita ser prenúncio de morte.

No Brasil, as espécies mais comuns são o urubu-preto (Coragyps atratus) e o urubu-da-cabeça-vermelha (Cathartes aura). "A chance de encontrarem carniças está em torno de 30%, portanto é comum os urubus fazerem jejum de 3 dias", observa Garcia Pereira.

O papo dessas aves, bem elástico, é adequado para receber grandes quantidades de comida de uma só vez, como uma compensação pelos períodos de jejum, ainda que hoje, com os lixões das cidades, sua alimentação tenha ficado mais fácil.

Como comem carniça, os urubus têm um suco gástrico extremamente eficiente, capaz de eliminar bactérias e vírus.

Por isso raramente adoecem devido a alguma refeição. Sua função ecológica, portanto, é fundamental: eles são os lixeiros e higienizadores do mundo animal.
A aparência repulsiva dos urubus é uma adaptação ao seu tipo de vida. "Eles são desprovidos de penas na cabeça para não acumularem sujeiras quando se alimentam de carniça", elucida o especialista do Zôo.
Para algumas etnias indígenas, a história da cabeça pelada é outra. Eles contam que uma moça à procura de marido bateu na porta do urubu, mas fugiu com o gavião. As aves brigaram e o urubu ferido lavou a cabeça com a água tão quente que a depenou.
O urubu-rei ou urubutinga (Sarcoramphus papa), é admirado por voar muito alto. Acreditam alguns indígenas que ele voa acima das nuvens, por isso as flechas com suas penas não erram o alvo.
Foto José Sabino
Urubutinga

"Como é maior, mais forte e territorial, quando ele chega todos os urubus se afastam", diz Garcia Pereira, explicando porque é chamado de rei.
Ao pousar em meio a um grupo de urubus, ele abre a carniça, come e vai embora. E só então os outros chegam perto do alimento.
Entre os répteis, a pior reputação é a das serpentes, associadas a demônios desde a Antiguidade. Elas impressionam pela pele fria, escamada e pela existência de espécies peçonhentas. Uma das lendas mais conhecidas é a das "cobras que mamam".

Algumas pessoas acreditam que, ao perceber uma mulher grávida ou que tenha dado à luz recentemente, a serpente se aproxima e suga-lhe o leite, enganando o bebê com a ponta do rabo.

"As cobras não são mamíferos, não possuem mamas, nem têm línguas que se adaptem à sucção, não desenvolveram esse mecanismo", enfatiza Luiz Roberto Francisco, biólogo da Zootec, empresa de tecnologia animal.

Além disso, seus dentes são extremamente afiados e pontiagudos, e causariam lacerações no seio, caso tentassem mamar.

Existe ainda a crença que as cobras hipnotizam suas vítimas. Na verdade, as serpentes apresentam pálpebras transparentes e soldadas entre si, por isso o olhar parece fixo, "hipnótico".

No caso das peçonhentas, o veneno pode imobilizar rapidamente as presas, dando a impressão de que estão "hipnotizadas", quando estão sob efeito do veneno.

"Na aproximação de uma serpente peçonhenta, também é comum as presas permanecerem imóveis para que o predador não as veja, então podem parecer 'hipnotizadas' ", explica Francisco.
Em todo o país, a dificuldade de distinguir serpentes peçonhentas das não peçonhentas; o desconhecimento quanto aos hábitos das serpentes; o medo do veneno e da surpresa em meio a trilhas, picadas ou na lida agrícola, levam os homens a matar toda e qualquer cobra que cruze seu caminho.

Frequentemente o animal morto é exposto em cercas, como um troféu. Este hábito também é devido ao fato de que as costelas das serpentes mortas e em decomposição podem causar ferimentos e infecções, quando pisadas.

No entanto, como as corujas, as cobras são grandes predadoras de ratos e a redução de sua população numa determinada localidade também significará o aumento da população de pequenos roedores.
A sentença de morte pelo preconceito persegue igualmente os sapos e as pererecas. As pererecas, quando se aproximam demais.

Às vezes moram dentro das casas, preferencialmente nos banheiros, locais úmidos. Seus saltos inesperados assustam e geram incidentes engraçados, porém não raro terminam em vassouradas.

Já os sapos são tratados ora como ingredientes de feitiços, ora como seres ameaçadores, capazes de espirrar veneno nas pessoas ou nos cães, crendice absolutamente infundada.

O veneno existe, produzido nas duas glândulas que se destacam atrás dos olhos, "no entanto só é liberado quando as glândulas são pressionadas, por uma mordida, por exemplo. O sapo não tem como espirrar nada", assegura Luiz Roberto Francisco.


O problema real do sapo é sua aparência. O aspecto desagradável da pele enrugada parece imperdoável aos olhos dos homens.

As espécies mais comum no imaginário popular são os cururus (Bufo marinus e B. schneideri), as maiores espécies do gênero Bufo no Brasil, podendo a fêmea atingir até 25 cm de comprimento.

É um animal robusto, dotado de pele grossa, glandular e abriga-se em covas rasas, embaixo de madeiras e troncos, saindo ao crepúsculo para se alimentar.
Como os 'colegas' mal afamados, na verdade, os sapos e pererecas são extremamente úteis por se alimentarem de uma grande variedade e quantidade de insetos, aranhas, escoorpiões e até de pequenos vertebrados, como camundongos.

"Não basta apenas preservá-los, é preciso conservar os lugares onde habitam", ressalta o especialista da Zootec.
E se os sapos e pererecas são vítimas de preconceito, que dizer dos escorpiões? Quando um deles aparece, ninguém quer saber se estão entre os invertebrados mais antigos e bem sucedidos do mundo, com 400 milhões de anos de evolução nas costas.

A prática é eliminar, mesmo que das 1500 espécies conhecidas, só 20 possuam veneno suficiente para derrubar um homem. O veneno é uma neurotoxina, capaz de causar uma dor terrível no local da picada.
No Brasil, existem duas espécies efetivamente perigosas: o Tytius serrulatus, que é amarelo e possui uma serrilha na cauda, e o Tytius bahiensis, marrom escuro.
Ambos se aproximam do homem porque esse lhe fornece abrigo - em entulhos secos ou em meio a pilhas de tijolos e outros materiais de construção - e comida farta: baratas!
Prevenir o aparecimento de escorpiões, portanto, é sinônimo de cuidar do lixo e de 'tranqueiras' acumuladas.
O maior escorpião catalogado em todo o mundo vive na África Equatorial e se chama Pandinus imperator.

Além do tamanho, a cor negra assusta, porém o veneno é potente apenas na caça a suas presas, entre as quais estão lagartixas, ratos e baratas.

Mesmo assim, quando um desses é localizado, os africanos o matam a pauladas e queimam seu corpo, pois acreditam que, uma vez morto, ele se fragmenta em dezenas de outros escorpiões.

Essa idéia provavelmente derivou do fato de a fêmea carregar seus filhotes no dorso durante cerca de duas semanas, até que ganhem independência.
Outro mito diz respeito ao 'hábito' do escorpião se suicidar com o próprio veneno, quando cercado pelo fogo.



O seu aguilhão, na realidade, não tem força suficiente para perfurar o dorso, além de o escorpião ser imune ao próprio veneno. O bicho não resiste mesmo é às altas temperaturas.
Ao lado dos escorpiões, as aranhas também mobilizam exterminadores de plantão. Embora exista uma crença antiga, segundo a qual destruir uma teia de aranha pode trazer muita infelicidade, elas são sistematicamente perseguidas.

A crença vem da Bíblia cristã, cujo texto diz que Nossa Senhora, José e o menino Jesus saíram do Egito e se esconderam em uma gruta, usando as teias como proteção contra os soldados.
No Brasil existem 4.400 espécies de aranhas descritas. E nenhuma delas persegue as pessoas. Elas só conseguem ver claro e escuro, então "guiam-se pela vibração e percepção de cheiros e tato", explica Hilton Ferreira Japyassu, especialista em aranhas do Instituto Butantan de São Paulo.

Suas teias são tecidas com cuidado porque servem para capturar presas e sinalizar ao macho a presença da fêmea.

"Enquanto jovens, machos e fêmeas as tecem. Adultos, os machos não fazem mais teias e então ficam sem alimentos e têm a vida mais curta", diz.
Mas há aranhas que não fazem teias e, entre elas, uma das mais famosas é a tarântula, da família Lycosidae.
Contam as lendas européias do século 18 que as pessoas picadas por ela dançavam para espalhar o veneno, de onde teria surgido a dança italiana tarantela.
Mas o mais provável é que a dança tenha se originado da ingestão de fungos tóxicos. "As tarântulas não possuem um veneno tão forte", garante o especialista do Butantan. Outra famosa é a viúva-negra (Latrodectus mactans), que não existe no Brasil.
Aqui ocorre apenas uma 'parente' sua, do mesmo gênero, a Latrodectus geometricus. A viúva-negra é conhecida por matar seu parceiro após a cópula.
"Ele é que se oferece como jantar, pois alimentar a fêmea significa abastecer a prole", esclarece Japyassu. "Mas o macho só fará isso quando estiver no fim de sua vida reprodutiva".
Não seria possível encerrar qualquer texto sobre mitos animais sem mencionar os morcegos, cuja aparência estranha é igualmente vinculada a demônios e bruxas.

Na Europa, como as corujas, os morcegos também eram pregados vivos, para afastar malefícios. E a situação não ficou melhor quando os escritores o adotaram como tema de literatura de suspense, espalhando a fama de vampiro chupador de sangue e morto-vivo.

No mundo real, das quase 1000 espécies de morcegos conhecidas, apenas três são de hematófagos, que se alimentam de sangue. São pequenos - cerca de 10 cm - e vivem na América do Sul.

Uma dessas espécies é a Desmodus rotundus, que ataca mamíferos e lambe (não suga) algo em torno de 15 a 20 ml de sangue por noite.

A grande maioria das espécies, no entanto, é de morcegos beija-flores, polinizadores, pescadores, comedores de insetos, de frutos, dispersores de sementes, todos com funções muito importantes para o equilíbrio dos ecossistemas.
Os insetívoros, em especial, são responsáveis pelo controle de muitos insetos que perturbam o homem. É o caso do morceguinho-preto (Myotis nigricans), espécie comum em todo o Brasil, que costuma se abrigar dentro das casas, atrás de quadros, venezianas e outros cantos, alimentando-se de mosquitos e traças, quando sai à noite para caçar.
No Brasil, há quem acredite que o morcego é um rato velho transformado. "Impossível, o rato pertence a uma ordem e o morcego a outra", rebate Mário De Vivo, do Museu de Zoologia de São Paulo.

Também chamados de andirá, guairuçu, guandira, os morcegos são os únicos mamíferos voadores e têm uma visão adaptada para a vida noturna (não são cegos), enxergando em preto e branco.

Seu sofisticado sistema de ecolocalização já inspirou muitas pesquisas em tecnologia em ponta. "Eles possuem uma espécie de radar, que emite um som de alta freqüência capaz de bater nos obstáculos e voltar rapidamente para o morcego, a tempo dele desviar em pleno vôo", comenta Dvivo.

E esclarece que um de seus hábitos esquisitos - ficar de ponta cabeça - é só uma maneira de facilitar o vôo, pois a transformação de seus membros superiores em asas dificultou a posição ereta.

Pose 'devota'
As 'mãos' postas, numa atitude de oração, o corpo ereto, a cabeça triangular e os olhos grandes conferiram fama de beato ao louva-a-deus, inseto da Ordem Mantodea, também chamado bendito, cavalinho-de-nosso-senhor e põe-a-mesa.

Muitas culturas o consagraram, graças à pose reverente, interpretada como se tivesse algo de humano, numa indicação de que a mitificação excessivamente positiva também ocorre. Algumas etnias africanas o consideram uma reencarnação dos mortos.

Na Amazônia dizem que adivinha o sexo do bebê, durante a gestação. Se, ao assoprar na sua direção, ele mover as pernas dianteiras é menina, se tentar saltar é menino.

Para os especialistas, o louva-a-deus é um dos mais especializados entre os insetos, com articulações sofisticadas, como as que permitem seus movimentos de cabeça.

É carnívoro e, portanto, está no topo da cadeia alimentar, no universo dos insetos. "Apesar de seu jeito de 'santo', o louva-a-deus é bastante agressivo, sem contar que as fêmeas tem o 'péssimo hábito' de devorar os machos após a fecundação", relata Nelson Papavero, entomólogo do Museu de Zoologia de São Paulo e autor do livro Os insetos no folclore, Editora Plêiade, junto com Karol Lenko.


Fonte:
Terra da Gente

Esqueça os aliens, é hora de conhecer os intraterrestres


Eles também são aliens, aparecendo em formas bizarras e intrigando os cientistas. Mas, ao invés de residirem no espaço, esses alienígenas habitam um reino subterrâneo escuro, circulando a energia do interior da Terra.
A maioria dos intraterrestres vive embaixo do fundo oceânico, em uma biosfera invisível que é um amontoado de estranhos organismos.
Muitos fazem suas casas nas dezenas de metros de lama abaixo do assoalho dos oceanos; outros vão ainda mais para baixo, em rachaduras de rochas sólidas, centenas de metros mais a fundo.
Os cientistas estão apenas começando a investigar esse mundo subaquático. No meio do Pacífico Sul, especialistas descobriram como bactérias vivem em sedimentos pobres em nutrientes e sufocantes.
Outros pesquisadores viram micróbios colonizarem um buraco a 280 metros do fundo oceânico. E perto da montanha submersa que marca o meio do oceânico Atlântico, cientistas encontraram organismos que não se parecem com nenhum residente marinho conhecido.
Esses acontecimentos estão ajudando os biólogos a criar uma imagem do ecossistema do mundo do “fundo”.
Entender como isso surgiu pode levar a uma melhor compreensão da origem da vida na Terra. Um dia, os intraterrestres podem até ensinar mais sobre os extraterrestres, já que são exemplos de vida em locais extremos.

Deserto oceânico

Considerando que os oceanos cobrem a maior parte do planeta, é insano saber tudo o que vive na lama e nas rochas deles. “É com certeza o habitat com o maior potencial do planeta”, afirma o biólogo Beth Orcutt.
Alguns estimam que pelo menos um terço da biomassa do planeta está enterrada no chão oceânico. Muitas dessas bactérias e micróbios sobrevivem de comida que vem de cima, como as sobras de plâncton.
Esses micróbios conseguem existir onde não seria possível. No meio do Pacífico Sul, por exemplo, está um vórtice onde a água circula em um turbilhão gigante, do tamanho de duas Américas do Norte.
Como esse fenômeno acontece muito longe de qualquer terra firme – onde existem nutrientes para que os plânctons cresçam – o local é um verdadeiro deserto oceânico.
Em alguns locais desse ponto, o assoalho oceânico cresce oito centímetros por milhão de anos. Isso significa que se você quiser plantar algo com uma raiz de 16 centímetros, estará cavando em uma lama com dois milhões de anos.
Essas zonas de baixa produtividade, nos centros dos oceanos, são muito mais comuns do que as ricas em nutrientes, nas costas, mas os cientistas não costumam visitá-las por que são de difícil acesso.
Em 2010, D’Hondt liderou um grupo até o vórtice e coletou amostras do fundo. “Nós queríamos ver como era a vida sedimentar da parte mais morta do oceano”, afirma.
Entre outras coisas, os cientistas descobriram como os micróbios da lama “se viram”. Em outras áreas do oceano, onde mais nutrientes caem no assoalho, o oxigênio está presente até um ou dois centímetros para dentro da lama.
Mas no vórtice, a equipe de D’Hondt percebeu que o oxigênio penetrava até 80 metros nos sedimentos. Para os cientistas, isso sugere que os micróbios respiram muito devagar, usando pouco oxigênio.
“Isso quebra algumas expectativas padrões, mas até estarmos lá e perfurarmos, ninguém sabia”, disse.
Outra possibilidade é que os micróbios tenham outra fonte separada de energia: radioatividade natural. Alguns elementos, presentes na lama e em rochas, liberam radioatividade que quebra o H2O em hidrogênio e oxigênio.
Os microrganismos podem então consumir esses elementos, um fonte quase inesgotável. “Essa é a interpretação mais exótica, que temos um ecossistema vivendo de radioatividade natural que quebra as moléculas de água”, comenta.

Acesso fácil

A milhares de quilômetros do vórtice, outros cientistas estão explorando um local muito diferente, na cordilheira de Juan de Fuca – uma montanha submersa que se encontra na convergência de muitas placas tectônicas.
Juan de Fuca fica perto da costa do estado americano de Washington, recebendo muitos nutrientes e sendo de fácil acesso.
Como resultado, essa área é uma das mais analisadas. Uma rede de observatórios monitora quase todo o assoalho do oceano.
“Nós podemos fazer experimentos ativos lá que não são possíveis em nenhum outro local”, afirma Andrew Fisher, que ajudou a montar grande parte dos instrumentos.
Muitas dessas estações são observatórios conhecidos como CORKs, que são essencialmente buracos bem fundos no chão oceânico fechados no topo.
Os pesquisadores colocam instrumentos de observação dentro dessas crateras, e retornam alguns anos depois para retirá-los. Os dados coletados podem revelar organismos, modos de vida e mudanças populacionais.
Os CORKs são tecnicamente complicados de serem instalados, mas as descobertas podem ser fantásticas. Em um local de Juan de Fuca, em 2004, os pesquisadores encontraram rochas com caules tortos que pareciam uma cobertura de ferrugem.
Acontece que o CORK não havia sido fechado corretamente, e bactérias oxidantes entraram junto com a água.
Essas bactérias inicialmente colonizaram o buraco e fizeram seus caules, se alimentando das condições boas. Mas com o tempo, o buraco foi esquentando devido ao calor vulcânico do fundo. O fluxo de água foi revertido, jorrando para fora do buraco.
A bactéria “do ferro” morreu, dando lugar a outros tipos de organismos: bactérias conhecidas como fermicutes, encontrando em ambientes similares, como o fundo do oceano Ártico.
As pesquisas em Juan de Fuca também ajudam a entender como a água flui no oceano, indicando os melhores lugares para encontrar micróbios.
As pessoas costumam pensar que a água fica inerte no fundo do mar, mas na verdade ela se move entre as rochas subaquáticas – circulando o equivalente a todo o volume oceânico a cada 500 mil anos.
Em Juan de Fuca, Fisher e seus colegas encontraram dois vulcões subaquáticos, a uma distância de 50 quilômetros entre um e outro, o que ajuda a explicar como esse grande movimento acontece.
“Esse é o primeiro lugar no assoalho oceânico onde os pesquisadores conseguiram apontar o dedo no mapa e dizer ‘a água entra aqui e sai aqui’”, comenta Fisher.
Os dois vulcões estão arranjados em uma linha norte-sul que tende a controlar a maior parte da atividade subaquática em Juan de Fuca.
Grande parte das rachaduras na crosta também vai do norte para o sul, fazendo dessa a direção provável dos micróbios.
Essas falhas servem como uma espécie de estrada para os microrganismos, carregados pela água. Cientistas que procuram por seres microscópicos no fundo do oceano devem focar essas áreas.

Nadando em lagos

Muito além de ser monolítico, o solo oceânico apresenta uma série de ambientes diferentes. Um ponto novo, muito diferente de Juan de Fuca ou o vórtice do Pacífico, fica no meio do Atlântico: o Lago Norte. Geólogos vêm estudando esse local desde os anos 70, mas agora os microbiólogos também estão lá.
O “lago” é uma pilha de lama subaquática, isolada no meio de altas montanhas. Ele fica a cerca de cinco quilômetros de onde a crosta oceânica está nascendo; toda essa atividade geológica violenta força a água por entre a lama e as rochas até o oceano superior.
Comparada a de Juan de Fuca, a água no Lago Norte é muito mais fria – cerca de 10 graus Celsius, mas flui muito mais rápido. “A natureza encontra um equilíbrio entre temperatura e movimento”, comenta Fisher.
Ele e a equipe, liderados por Katrina Edwards, passaram 10 semanas no lago. Eles instalaram dois novos CORKs, até 330 metros no fundo, e conseguiram analisar possíveis micróbios.
Eles também colocaram pedaços de rocha dento dos buracos para analisá-los alguns anos depois.
Por enquanto, o trabalho é dos microbiólogos de estudar o que já foi pego. Eles estão apenas começando as análises, mas já suspeitam de muitas surpresas.
No todo, estudos em diferentes locais revelam que os micróbios do fundo do oceano são muito mais diversos do que se pensava há uma década.
Muito além de poucas espécies, os pesquisadores encontraram uma rica diversidade de bactérias, fungos, vírus e outros. “Ficamos chocados de serem tão complexos.
Pensávamos que iam ter umas 15 espécies, mas há uma diversidade enorme”, afirma a microbióloga Jennifer Biddle.
Ao comparar os micróbios de diferentes locais suboceânicos, Biddle encontrou quantidades maiores de arqueas – organismos unicelulares com uma história evolutiva ainda mais antiga –, em alguns lugares, do que bactérias. Ela pensa que os arqueas prosperam melhor na matéria orgânica do solo oceânico.
Um novo projeto, chamado de Censo da Vida do Fundo, vai ajudar Biddle e outros cientistas a analisar e comparar os micróbios do oceano. O projeto pode levar até uma década; o objetivo é encontrar regras gerais – se é que elas existem – que expliquem onde e como os organismos se mantêm no fundo dos oceanos.
“Por enquanto você consegue ter uma ideia ao olhar para os pontos energéticos presentes embaixo da superfície”, afirma o líder do projeto, Rick Colwell. “Mas será que as rachaduras nos mais diversos ambientes subaquáticos contêm certos tipos de microrganismos?”.
Muitos dados ainda vão chegar. “Nós não estamos sofrendo de falta do que fazer”, afirma Orcutt. Edwards e sua equipe planejam voltar ao Lago Norte em abril, para recuperar os instrumentos.
Fisher vai para Juan de Fuca novamente no próximo verão, e já conhece outro ponto de estudo, na Costa Rica, onde a água flui milhares de vezes mais rápido do que em Juan de Fuca.
Um dia, as análises da biosfera do fundo talvez possam ajudar a NASA e outras agências espaciais em suas caças por vida no sistema solar, e então os intraterrestres vão ajudar os cientistas a encontrar os extraterrestres.


Fonte:
Hypescience